segunda-feira, 6 de abril de 2009

NPS e o AI-5

Nelson Pereira dos Santos, cineasta FUNDAMENTAL na 7ª arte nacional disse, em seminário realizado na UCLA(universidade da Califórnia - Los angeles) sobre "cultura, mídia e sociedade" , algumas palavras sobre o ato institucional nº 5, registradas e publicadas pelo professor Teshome Gabriel, em livro comemorativo dos 50 anos do lançamento de RIO, 40 graus:

(...) "Por pior que fosse a situação no Brasil em 1964, ficaria ainda pior em 1968, quando um"golpe dentro do golpe" permitiu que as forças militares reacionárias assumissem o poder.Deve-se lembrar que, de 1964 a 1968 durante a primeira fase da ditadura miltar, ainda se viam liberdades limitadas, como a pessoal e a de imprensa (...)

(...) O golpe de 1964 foi primordialmente anticomunista. João Goulart era vinculado à esquerda e os militares conseguiram fazer uma coalizão de forças contra ele ; A igreja , alguns governadores, os banqueiros, empresários, a burguesia e os membros da classe média(...)

O golpe foi para defender a "democracia" em nome da"tradição, propriedade e família"(...)

(..) O marechal Castelo Branco, chefe do Estado- Maior do exército pronunciu-se presidente.Sua ação foi considerada uma traição por vários políticos, inclusive pelo governador Carlos Lacerda, que tinha sido líder civil na luta contra João Goulart(...)

(...) Como em todas as facções havia uma"esquerda" e uma "direita" dentro das próprias forças armadas. A ala direitista era chamada de "linha-dura" ou, como dizem os americanos "gaviões", muito nacionalistas e moralistas. Ironicamente, eram tidos como anticapitalistas, pois acreditavam que os capitalistas eram corruptos e deviam ser destruídos.Eram anticomunistas também, principalmente porque achavam que os comunistas pretendiam destruir a família.
Por outro lado, em oposição aos "linhas- duras" estava o marechal Cordeiro de Farias, ministro do interior do gverno Castelo , que esteve presente em todas as principais facetas da vida política brasileira desde a década de 1920, inclusive a "grande marcha" de 1924-28, chefiada pelo capitão Luis Carlos Prestes, futuro líder comunista.(...)

(...)Esses "liberais" planejavam assumir o poder há muito tempo e finalmente consegiuram em 1964(...)

(...) Em dezembro de 1968 os militares resolveram recrudescer.O presidente tinha adoecido,deixando o cargo com o vice- presidente, um civil, Mas os "linhas-duras" se opunham a um civil na presidência(...)Na época a classe média passou a apoiar cada vez mais a oposição....

(...) O AI-5 foi oficialmente rotulado como "reorganização interna" dos militares.



(Este post é dedicado ao pessoal da Cabeça de Vento Produções.....)

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